quarta-feira, 24 de junho de 2009

ALIENAÇÃO-POESIA DE MARCELO ROQUE PEDE DEMOCRACIA NA EDUCAÇÃO

ALIENAÇÃO

Muitos governos ditos democráticos,
dão sim, voz aos seus cidadãos,
porém, antes, procuram se certificar
que estes, não terão argumentos



"Um governo que não valoriza uma educação
verdadeiramente democrática e de qualidade,
esta contribuindo ativamente, para a deformação
do senso crítico de seus cidadãos"

Marcelo Roque

domingo, 14 de junho de 2009

LHC EM MARCELO ROQUE E MARCELO GLEISER

MARCELO GLEISER COMENTOU HOJE NA FOLHA DE S.PAULO O ACELERADOR DE PARTÍCULAS E MARCELO ROQUE TRANSFORMOU O TEMA EM POESIA E VÍDEO




VEJA MAIS: http://www.eca.usp.br/nucleos/njr/proscientiae/

Marcelo Roque

BÓSON DE HIGGS

Acelero versos
comoquem acelera partículas
recrio silêncios e explosões
preencho com formas, supostos vazios
para que então,
nas entrelinhas das descobertas,
na ante-sala do Éden,
eu possa por fim ...
redescobrir a mim mesmo ...

Anjos e demônios da ciência
No filme, os cientistas são inocentes e os cardeais são sábios
Como não podia deixar de ser, hoje escrevo sobre o filme "Anjos e Demônios", baseado no romance homônimo de Dan Brown.Para os leitores que não tiveram a oportunidade de assistir ao filme ou ler o livro, a narrativa trata de um complô para assassinar a cúpula da Igreja Católica durante a escolha de um novo papa. Uma bomba extremamente poderosa foi escondida em algum lugar da famosa basílica de São Pedro, no Vaticano, e irá explodir, a menos que nosso herói, o professor de Harvard especialista na interpretação de símbolos Robert Langdon (Tom Hanks), consiga desvendar uma série de mistérios e pistas.A bomba, e aqui entra o tema principal do filme, é um artefato que usa uma amostra de antimatéria criada pelos cientistas do Cern, o centro europeu de física de partículas, a casa do LHC, o gigantesco colisor de partículas que deverá entrar em funcionamento em alguns meses. O filme retrata o conflito entre os magistérios que supostamente disputam o domínio da sociedade: a religião e a ciência.A cena inicial se passa no templo da ciência, onde os seus sacerdotes, os cientistas do Cern, preparam-se para acionar a maior máquina já construída na história. A bela física italiana Vittoria Vetra (Ayelet Zurer) e seu colega, um padre físico (vejam que essa união não é impossível), planejam isolar um pouco de antimatéria.O ponto é que antimatéria é extremamente rara: o Universo é composto quase exclusivamente de matéria, os átomos formados de partículas elementares como elétrons e quarks (componentes dos prótons e nêutrons). Ainda bem. Partículas de matéria desintegram-se imediatamente quando entram em contato com partículas de antimatéria, transformando-se em raios gama, uma forma de radiação eletromagnética de altíssima energia. Se você apertasse a mão da sua antipessoa, o Brasil desapareceria em instantes.A bomba que ameaça destruir o Vaticano é feita de antimatéria, roubada do experimento no Cern. No livro, fica claro que a intenção dos físicos é recriar o Big Bang, o momento da criação, transformando mistério em ciência. O padre físico quer provar que Deus existe; os cientistas, que a ciência explica até mesmo o mistério da criação sem a necessidade de interferências sobrenaturais. No meio tempo, a liderança da Igreja Católica pode desaparecer do mapa: o fim da religião pelas mãos da ciência.Não vou contar o que acontece no filme, para não estragar a surpresa.Mesmo que o enredo não faça muito sentido do ponto de vista científico, Dan Brown consegue trazer o conflito entre ciência e religião ao grande público, o que acho notável.Infelizmente, no filme vemos uma tendência a manter estereótipos que me parecem injustos. Existe uma aura de inocência nos cientistas e de sapiência nos cardeais, como se cientistas fossem imaturos e irresponsáveis perante a autoridade moral da igreja.O templo da ciência parece um brinquedo perante o majestoso templo da igreja. (E, em termos de beleza, não há mesmo o que comparar. Mas a questão aqui é a função de cada um.)Mas o que define a sociedade moderna? Os "brinquedos" digitais da ciência ou a moral ancestral da religião?A sabedoria e a moralidade não são província exclusiva da religião. Muitas pessoas sábias e altamente morais não são religiosas. Todos sabem que matar é errado (mesmo que as religiões se esqueçam disso com frequência), e a maioria sabe que devemos amar o nosso próximo. Os desafios que enfrentaremos ao longo deste século, do aquecimento global à crise de energia, serão resolvidos nos templos da ciência e não nos belos templos da religião.
às 05:34 0 comentários
Marcadores: , , , , , , Anjos e demônios da ciência
No filme, os cientistas são inocentes e os cardeais são sábios
Como não podia deixar de ser, hoje escrevo sobre o filme "Anjos e Demônios", baseado no romance homônimo de Dan Brown.Para os leitores que não tiveram a oportunidade de assistir ao filme ou ler o livro, a narrativa trata de um complô para assassinar a cúpula da Igreja Católica durante a escolha de um novo papa. Uma bomba extremamente poderosa foi escondida em algum lugar da famosa basílica de São Pedro, no Vaticano, e irá explodir, a menos que nosso herói, o professor de Harvard especialista na interpretação de símbolos Robert Langdon (Tom Hanks), consiga desvendar uma série de mistérios e pistas.A bomba, e aqui entra o tema principal do filme, é um artefato que usa uma amostra de antimatéria criada pelos cientistas do Cern, o centro europeu de física de partículas, a casa do LHC, o gigantesco colisor de partículas que deverá entrar em funcionamento em alguns meses. O filme retrata o conflito entre os magistérios que supostamente disputam o domínio da sociedade: a religião e a ciência.A cena inicial se passa no templo da ciência, onde os seus sacerdotes, os cientistas do Cern, preparam-se para acionar a maior máquina já construída na história. A bela física italiana Vittoria Vetra (Ayelet Zurer) e seu colega, um padre físico (vejam que essa união não é impossível), planejam isolar um pouco de antimatéria.O ponto é que antimatéria é extremamente rara: o Universo é composto quase exclusivamente de matéria, os átomos formados de partículas elementares como elétrons e quarks (componentes dos prótons e nêutrons). Ainda bem. Partículas de matéria desintegram-se imediatamente quando entram em contato com partículas de antimatéria, transformando-se em raios gama, uma forma de radiação eletromagnética de altíssima energia. Se você apertasse a mão da sua antipessoa, o Brasil desapareceria em instantes.A bomba que ameaça destruir o Vaticano é feita de antimatéria, roubada do experimento no Cern. No livro, fica claro que a intenção dos físicos é recriar o Big Bang, o momento da criação, transformando mistério em ciência. O padre físico quer provar que Deus existe; os cientistas, que a ciência explica até mesmo o mistério da criação sem a necessidade de interferências sobrenaturais. No meio tempo, a liderança da Igreja Católica pode desaparecer do mapa: o fim da religião pelas mãos da ciência.Não vou contar o que acontece no filme, para não estragar a surpresa.Mesmo que o enredo não faça muito sentido do ponto de vista científico, Dan Brown consegue trazer o conflito entre ciência e religião ao grande público, o que acho notável.Infelizmente, no filme vemos uma tendência a manter estereótipos que me parecem injustos. Existe uma aura de inocência nos cientistas e de sapiência nos cardeais, como se cientistas fossem imaturos e irresponsáveis perante a autoridade moral da igreja.O templo da ciência parece um brinquedo perante o majestoso templo da igreja. (E, em termos de beleza, não há mesmo o que comparar. Mas a questão aqui é a função de cada um.)Mas o que define a sociedade moderna? Os "brinquedos" digitais da ciência ou a moral ancestral da religião?A sabedoria e a moralidade não são província exclusiva da religião. Muitas pessoas sábias e altamente morais não são religiosas. Todos sabem que matar é errado (mesmo que as religiões se esqueçam disso com frequência), e a maioria sabe que devemos amar o nosso próximo. Os desafios que enfrentaremos ao longo deste século, do aquecimento global à crise de energia, serão resolvidos nos templos da ciência e não nos belos templos da religião.
às 05:34 0 comentários
Marcadores: , , , , , ,

terça-feira, 9 de junho de 2009

USP: FOTO, REPRESSÃO E POESIA



NAS FOTOS DE YURI GONZAGA A REPRESSÃO TRANSFORMADA EM POESIA POR MARCELO ROQUE, AMBOS DA EQUIPE DO NJR/ECA/USP.

Curso de Especialização em Divulgação Científica-INSCRIÇÕES ABERTAS-INÍCIO AGOSTO 2009

Núcleo José Reis - Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443, travessa 4/5, Bloco 9, Sala 10, Cidade Universitária - CEP 05508-900 - São Paulo-SP.

Informações, pelos telefones (11) 3091-4270 e 3091-4021-91858655 ou pelo e-mail nucleojosereis@eca.usp.br.

O formulário de inscrição está disponível no endereço www.eca.usp.br/njr/curso/

Da Agência USP de Notícias


"Se você tem um fuzil
eu tenho a palavra"

Marcelo Roque

Veja mais: www.eca.usp.br/njr/abradic

OLHOS AZUIS

Se você têm um fuzil
eu tenho a palavra
se sua bala é de chumbo
a minha é de menta
se você têm a resposta
eu tenho as perguntas
se você vêm com dinheiro
eu rasgo meus bolsos
se sua luta têm dono
a minha é de todos
se o seu sapato é de couro
o meu, alpargatas
se você dorme e sonha
eu sonho e acordo
se há diplomas em suas paredes
tenho janelas nas minhas
se você segue a cartilha
eu escrevo um livro
se você reza em latim
eu agradeço em esperanto
se deus está contigo
eu me contento com a fé
e se o seu céu é azul
azuis, são os meus olhos ...



"Em solidariedade ao direito legítimo de todo cidadão, reinvindicar
por seus direitos, sem que para isto, venha a sofrer qualquer tipo
de ação truculenta" ...
Marcelo Roque

sexta-feira, 5 de junho de 2009

MARCELO GLEISER E MARCELO ROQUE






MARCELO ROQUE

ALICERCES"Sobre os alicerces do silêncio, construo meus poemas"

Marcelo Roque

Marcadores: , ,


MICRO/MACRO

Marcelo Gleiser


Publicado no blog Micro/Macro,domingo, 31 de Maio de 2009

Beleza e verdade
Einstein defendia o belo como critério de verdade em teorias científicas
Em 1819, o poeta inglês John Keats, um dos expoentes do movimento romântico, escreveu: "a verdade é bela e a beleza, verdade. Isso é tudo o que precisas saber em vida; tudo o que precisas saber". (Perdoem-me pela tradução amadora.)Apesar das várias críticas argumentando que essas linhas são inocentes e que até estragam o poema (como escreveu T. S. Eliot, outro grande poeta), a fama delas ultrapassa os comentários negativos. Tanto que viraram até nome de livro, como no caso da recente obra do matemático Ian Stewart, onde ele conta a história da busca por simetria (que ele equaciona com beleza) na matemática e na física teórica.Historicamente, a matemática é extremamente eficiente na descrição dos fenômenos naturais. O prêmio Nobel Eugene Wigner escreveu sobre a "surpreendente eficácia da matemática na formulação das leis da física, algo que nem compreendemos nem merecemos". Toquei outro dia na questão de a matemática ser uma descoberta ou uma invenção humana.Aqueles que defendem que ela seja uma descoberta creem que existem verdades universais e inalteráveis, independentes da criatividade humana. Nossa pesquisa simplesmente desvenda as leis e teoremas que estão por aí, existindo em algum meta-espaço das ideias, como dizia já Platão.Nesse caso, uma civilização alienígena descobriria a mesma matemática, mesmo se a representasse com símbolos distintos. Se a matemática for uma descoberta, todas as inteligências cósmicas (se existirem) vão obter os mesmos resultados. Assim, ela seria uma língua universal e única. Os que creem que a matemática é inventada, como eu, argumentam que nosso cérebro é produto de milhões de anos de evolução em circunstâncias bem particulares, que definiram o progresso da vida no nosso planeta.Conexões entre a realidade que percebemos e abstrações geométricas e algébricas são resultado de como vemos e interpretamos o mundo.Em outras palavras, a matemática humana é produto da nossa história evolutiva. Claro, civilizações que se desenvolverem em situações semelhantes (na superfície de um planeta rochoso com muita água e vegetação, sob um sol irradiando principalmente na porção visível do espectro eletromagnético etc.) poderão obter uma matemática semelhante: a matemática reflete as mentes que a criam.Mas qual a relação da matemática com a beleza? Matemáticos e físicos atribuem beleza à teoremas e teorias, criando uma estética da "verdade". Os mais belos são aqueles que conseguem explicar muito com pouco.Quando possível, os teoremas e teorias mais belos são também os mais simples; dadas duas ou mais explicações para o mesmo fenômeno, vence a mais simples. Esse critério é conhecido como a "lâmina de Ockham", atribuído a William de Ockham, um teólogo inglês do século 14.Einstein, dentre outros, era um defensor da beleza como critério de verdade em teorias científicas: uma teoria tem que ser bela para estar correta. E, sem dúvida, muitas dela são, ao menos de acordo com critérios de elegância e simplicidade na matemática.Para os que creem na matemática como linguagem universal, essa estética leva à existência de uma única verdade. Acho isso preocupante, pois me soa como ecos de um monoteísmo judaico-cristão, uma infiltração religiosa, mesmo que sutil e metafórica, nas ciências. Melhor é defender a matemática e a beleza como nossa invenção. Criamos uma linguagem para descrever o mundo, que não podemos deixar de achar bela.À memória de meu pai, Izaac Gleiser (nascido em 31 de maio de 1927)